domingo, 16 de outubro de 2016

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César Lacerda e Romulo Fróes_ O Meu Nome é Qualquer Um

Fui de quem chamou meu nome. O meu nome é qualquer um!”

A vida é formada pelos encontros. A cada um deles, o mundo e as pessoas vão aprofundando as suas experiências e modificando as suas percepções, formando assim, novas configurações de reflexão sobre a existência. Com César Lacerda e Romulo Fróes não foi diferente. Os dois artistas se conheceram e em apenas dois meses compuseram vinte canções. Treze delas formam o disco inédito, O Meu Nome é Qualquer Um, com lançamento em outubro de 2016 pelos selos YB music e Circus. Todo o processo de feitura deste trabalho, composição, ensaios, gravação, tudo se deu com a urgência de apenas seis meses!

No disco, uma espécie de anti-herói contemporâneo percorre o Brasil de agora tentando compreender a complexa miríade de assuntos à sua volta. O problema racial, o terceiro sexo, as redes sociais, o assassinato de crianças negras na favela, o amor, a morte. A ambiciosa cartografia reflete o protagonismo inquieto destes dois importantes artistas da cena contemporânea de música popular brasileira.

Romulo Fróes é cantor e compositor paulistano. Tem em sua discografia sete discos solos lançados e três discos com o Passo Torto, grupo do qual faz parte junto a Kiko Dinucci, Rodrigo Campos e Marcelo Cabral, sendo o mais recente, uma parceria entre o grupo e a cantora Ná Ozzetti. Atuante na cena musical contemporânea, é um de seus principais interlocutores, tendo publicado textos críticos sobre a música brasileira em diversos veículos da imprensa, realizado documentários, trilhas sonoras, curadorias musicais, além de produzir e dirigir discos e shows de outros artistas como Elza Soares, Rodrigo Campos e Juliana Pedigão. Além das já citadas Elza Soares, Ná Ozzetti e Juliana Perdigão, suas composições já foram gravadas por diversas cantoras como Juçara Marçal, Nina Becker, Mariana Aydar, Jussara Silveira, Juliana Perdigão, entre outras.

Já o cantor, músico multi-instrumentista e compositor César Lacerda é mineiro de Diamantina, passou a sua adolescência em Belo Horizonte, viveu por oito anos no Rio de Janeiro, e atualmente, vive em São Paulo. Lançou em 2013 o seu primeiro disco, "Porquê da Voz", que conta com as participações de artistas como Lenine e do quarteto de cordas europeu, Taron. Em 2015, lançou o seu segundo álbum, “Paralelos & Infinitos”, onde executa quase todos os instrumentos. O músico já se apresentou em sete países em prestigiados teatros e casas de show, e têm parcerias musicais com artistas como Paulinho Moska, Matheus Nachtergaele, Paulo Miklos, Marcelo Jeneci, Romulo Fróes, Eucanaã Ferraz e Roberta Campos. Suas canções já foram gravadas por artistas como Filipe Catto, Aíla, Graveola e o Lixo Polifônico, Duda Brack, Julia Bosco, entre outros.

O encontro desses dois artistas é motivo de celebração, e confirma a riqueza das suas trajetórias. A importância dos seus trabalhos revela inquietude estética e uma busca incessante pela reformulação da ideia de canção. O Meu Nome é Qualquer Um, é espelho que reflete com beleza e afrontamento não apenas o Brasil contemporâneo, mas também a relevância de César Lacerda e Romulo Fróes para a música feita hoje no país.

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O Meu Nome é Qualquer Um por Rodrigo Campos

O homem contemporâneo chora o esvaziamento do masculino. Poderia celebrar, por outro lado, a chegada inexorável da dúvida. Essa dúvida poderá vir a ser a afirmação deste novo homem. Mas ainda é cedo. Por enquanto, ele vaga, espera, observa, dá um passo tímido e volta dois atrás. Qual será seu novo plano? Se a mulher avança com o feminino pra uma totalidade, ampliando, inclusive, a abrangência de gêneros dentro do feminino, o homem se fragmenta e se desconecta do ideal masculino. E nesse processo de fragmentação, mesmo que hesitante, ele imagina: “chamo pelo nome / imagino um homem / ou caminho devagar?”, e se pergunta: “como vai o homem junto de outro homem / como devo lhe chamar?”. Os versos citados são da canção O Homem Que Sumiu”, espécie de epitáfio do homem enquanto ser exclusivamente masculino. Não dá pra dizer que não dói ver morrer assim o masculino. Basta lembrar nossos pais, avós, nossa herança familiar, cultural. Basta lembrar o verso de Luiz Melodia cruzando a linha do masculino no sentido oposto: “machismo elegância paterna”. Mas esse homem sumindo, depois desse processo de fragmentação, talvez possa retornar inteiro, exercendo todas as facetas de um ser humano complexo. Esse é o vislumbre de O Meu Nome é Qualquer Um.



3 comentários:

  1. Não estou cosneguindo baixar o disco. vou tentar outro dia..
    Mas pelo que ouvi mais uma pérola.

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  2. Adoraria que as letras estivessem disponíveis! Muito bom o disco!

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    1. Gabrielly, no link do download tem o encarte com todas as letras e também a ficha técnica do disco.

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